O Ubuntu Rugby é um projeto que usa o râguebi como ferramenta para a integração social.
Num país onde o ‘pinheiro’ futebol ‘seca’ tudo à volta, convencer miúdos a jogar râguebi numa zona como Sintra exige estratégias e técnicas para lá dos convencionais. Exige paixão. Dedicação. Exige que os treinadores sejam criativos na hora de arranjar jogadores. No segundo conselho mais populoso de Portugal (377 835 habitantes atrás de Lisboa com 547 733 habitantes, de acordo com os Censos de 2011) fácil será encontrar jogadores que possam praticar râguebi. O difícil é convence-los a enveredar por uma modalidade que poucos ouviram falar e, menos ainda, nunca experimentaram.
Mas fazer impossíveis parece ser o lema da Academia Ubuntu Rugby, um projeto criado em 2013, altamente inclusivo que usa o râguebi como ferramenta para a integração social no conselho de Sintra. Depois de andar com a ‘casa às costas’, o projeto ‘assentou arraiais’ no clube Arsenal 72, onde as equipas seniores, sub-16 e sub-18 treinam à noite e jogam aos fins-de-semana.
Nos últimos cinco anos, tudo lhes aconteceu: tiveram de andar de campo em campo, entre Mercês, Mira Sintra e Cacém, sempre à procura do melhor espaço para trabalhar. Desde a sua criação, a equipa treinava em campos pelados e pagava para jogar no Estádio Nacional até que, em novembro de 2017, começou a treinar em campo relvado. Esta mudança de infraestruturas ajudou o clube a crescer em números. Aqui, os jovens são direcionados para os valores do râguebi, mas também para a génese do próprio projeto. A tradução literal de Ubuntu é: ‘Eu sou porque tu és’, ou seja, só posso ser uma pessoa com as outras pessoas. É um conceito sul-africano que significa acolhimento, respeito, entreajuda, partilha, comunidade, cuidado, confiança, generosidade.